Crânio/Encéfalo

O QUE É O ANEURISMA CEREBRAL?

 

Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar a ruptura da mesma no local enfraquecido e dilatado.

Uma comparação de como se parece um aneurisma é a dilatação ou irregularidade da câmara de um pneu. Formam-se irregularidades na superfície da câmara e em um destes locais há ruptura da mesma com perda de ar sob pressão. Nos indivíduos que têm aneurisma cerebral há a ruptura desta irregularidade da artéria cerebral e “vazamento” de sangue para um espaço virtual que existe no cérebro chamado de “espaço subaracnóide”. A ruptura inicial de um aneurisma cerebral é um acontecimento muito grave que leva à morte quase um terço dos pacientes.

 

COMO ELE SE DESENVOLVE?

 

Por razões ainda desconhecidas, um determinado ponto da parede arterial torna-se frágil. Com o passar do tempo e sob o efeito da pressão sangüínea a parede frágil começa a se dilatar formando o aneurisma que cresce lentamente.

Um aneurisma pode estar presente desde o nascimento (congênito) ou pode se desenvolver mais tarde, como depois que um vaso sanguíneo é lesionado.

A ruptura do aneurisma pode ocorrer durante toda a vida, mas é mais freqüente entre a quarta e quinta década de vida.

Sabe-se, hoje, que o fumo e a hipertensão arterial são fatores relacionados com o desenvolvimento e ruptura do aneurisma.

Existem vários tipos diferentes de aneurismas. Um aneurisma sacular pode variar no tamanho, podendo ter desde alguns milímetros até um centímetro. Os aneurismas saculares gigantes podem ter mais de 2 centímetros. Eles são mais comuns em adultos. Os aneurismas saculares múltiplos são herdados com mais frequência do que os outros tipos de aneurismas.

Outros tipos de aneurismas cerebrais consistem no alargamento de um vaso sanguíneo inteiro; ou ainda podem parecer como um “balão” na parte externa de um vaso sanguíneo. Tais aneurismas podem ocorrer em qualquer vaso sanguíneo que alimente o cérebro. Arterioesclerose traumas e infecções, que podem lesionar a parede do vaso, podem causar esses aneurismas cerebrais.

Cerca de 5% da população têm algum tipo de aneurisma cerebral, mas apenas um pequeno número desses aneurismas causam sintomas ou rupturas. Os fatores de risco incluem histórico familiar de aneurismas cerebrais e certos problemas médicos, como doença renal policística, coartação aórtica e pressão alta.

 

QUAIS SÃO OS RISCOS?

 

O principal risco do aneurisma é a sua ruptura com conseqüente hemorragia subaracnóide ou intra cerebral. Estas situações são, popularmente, conhecidas como “Derrame cerebral”. Estima-se que 30% das pessoas que apresentam ruptura do aneurisma morrem sem ter tempo de atendimento médico. Daqueles que conseguem sobreviver ao sangramento inicial (derrame), a metade não sobrevive ou fica com seqüelas. Apenas 30% a 40% dos pacientes conseguem ter vida normal após ruptura do aneurisma se forem tratados corretamente.

 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS

 

Habitualmente os aneurismas pequenos são silenciosos e só apresentam sintomas quando rompem. À medida que vão crescendo, e dependendo da localização, podem comprimir estruturas dentro do cérebro apresentando manifestações variadas tais como: queda da pálpebra, visão dupla, dor de cabeça frequente, dor ocular ou na face. O maior risco é quando acontece a ruptura e, freqüentemente, são os pequenos que rompem.

ATENÇÃO: quando o aneurisma rompe o paciente sente uma dor de cabeça muito intensa, súbita ou um estalo dentro da cabeça. Geralmente tem um desmaio transitório e apresenta vômitos. A pressão arterial sobe muito. A dor de cabeça e os vômitos persistem. Muitas vezes este quadro é confundido com crise de hipertensão arterial. O paciente deve procurar atendimento médico imediatamente.

 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO

 

Após exame clínico e neurológico, geralmente são solicitados exames radiológicos que irão auxiliar no diagnóstico da hemorragia e confirmação da presença de um aneurisma cerebral. Os seguintes testes podem ser usados para diagnosticar aneurisma cerebral e para determinar a causa do sangramento no cérebro:

  • Tomografia computadorizada cerebral
  • Angiografia por tomografia computadorizada cerebral
  • Angiografia cerebral ou Arteriografia cerebral
  • Ressonância + Angio RMN cerebral
  • Exame de líquido cefalorraquidiano

 

 

PORQUE DEVE SER TRATADO?

 

O aneurisma pequeno e que ainda não rompeu,descoberto por acaso, deve ser tratado para prevenir sua ruptura, cujas conseqüências podem ser desastrosas. Sabe-se que o risco anual da ruptura de um aneurisma não roto é de 1,25 a 3%.

O aneurisma que rompeu deve ser tratado imediatamente após a sua descoberta pois tem alto índice de nova ruptura nas primeiras 48 horas. A segunda ruptura é quase sempre fatal.

 

QUAL É O TRATAMENTO DO ANEURISMA?

 

Até 1990 os aneurismas só podiam ser tratados através da cirurgia, que consiste em abertura do crânio, afastamento do cérebro e bloqueio do aneurisma com clip (grampo) metálico. A partir desta época, foi desenvolvido nos Estados Unidos e aperfeiçoado na França um método denominado Embolização Por Catéter que substitue a cirurgia.

Como o próprio nome diz, o método consiste em introduzir um catéter na artéria da virilha e através de monitor de TV ele é levado até o aneurisma promovendo o seu bloqueio com Micro Molas de Platina. Este material não causa reação nem rejeição e é definitivo. A duração da Embolização é, em torno, de duas horas e o tempo de internação reduzido(dois a três dias).

A dor de cabeça (cefaléia) conta-se entre os problemas de saúde mais comuns. Alguns sofrem disso freqüentemente, enquanto outros quase nunca têm cefaléias. Tanto as cefaléias crônicas como as recidivantes podem provocar sofrimento e angústia, mas é pouco freqüente que representem um problema grave de saúde. No entanto, qualquer alteração no padrão ou na natureza da dor de cabeça poderá ser o sintoma de um problema grave (por exemplo, uma dor esporádica que muda para freqüente ou de leve para aguda) e por este motivo deverá solicitar-se a assistência médica o mais rapidamente possível.

Muitas dores de cabeça são provocadas por uma grande tensão muscular ou por enxaquecas e pode também acontecer que não haja uma causa óbvia. Outras estão associadas a perturbações nos olhos, no nariz, na garganta, nos dentes e nos ouvidos. Geralmente as dores de cabeça crônicas que se atribuem ao fato de forçar a vista são na realidade cefaléias tensionais.

Uma dor aguda e de manifestação recente pode ser sintoma de uma pressão elevada do liquido ocular (glaucoma), constituindo esta situação, sem dúvida, uma urgência médica. Daí que a consulta ao oftalmologista possa contribuir para a identificação da causa e tratamento deste tipo de dor. A hipertensão arterial pode provocar uma dor pulsátil na cabeça, mas é pouco freqüente que seja a causa de uma cefaléia crônica.

Habitualmente, o médico pode determinar a causa de uma cefaléia a partir da história clínica do doente e do seu exame físico, mas, por vezes, pode ser necessária uma análise de exames laboratoriais e de imagem para detectar uma doença subjacente.

Quando o médico suspeita que as cefaléias são devidas a uma infecção (por exemplo, meningite), efectua uma punção lombar, através da qual extrairá um pouco de líquido da coluna vertebral para o seu exame ao microscópio.

Uma infecção provocada por bactérias ou fungos que inflamem as meninges (membrana que cobre o cérebro e a medula espinhal) é uma causa pouco freqüente de uma cefaléia específica e habitualmente aguda e ininterrupta. A febre e outros sintomas de doença grave são característicos de tal infecção.

O médico pode também efetuar uma punção lombar se suspeitar de que há uma hemorragia nas meninges. Neste caso trata-se de uma ruptura de aneurisma, onde há necessidade de atendimento em urgência. Só em algumas ocasiões as cefaléias crônicas se devem a tumores ou lesões encefálicas ou à falta de oxigenação cerebral.

Se o neurocirurgião suspeitar de um tumor, de um icto ou de outro problema encefálico, poderá solicitar exames específicos que permitam obter imagens do cérebro, como uma tomografia computadorizada (TC) ou uma ressonância magnética (RM).

O tratamento será prescrito em função do diagnóstico (tipo) de cefaléia (enxaqueca, cefaléia tensional, Cluster, hemorragia cerebral, tumor,…) podendo ser clínico ou eventualmente cirúrgico.

Um tumor cerebral é uma massa de células que crescem de forma anormal no cérebro. Um tumor cerebral benigno é uma massa anormal, mas não cancerosa, de tecido cerebral. Um tumor cerebral maligno é qualquer lesao no cérebro com capacidade para invadir e destruir tecido adjacente ou se espalhando (metástases) pelo cérebro vindo de outro lugar do corpo através da corrente sanguínea.

No cérebro podem crescer vários tipos de tumores benignos. O nome que recebem depende das células específicas ou dos tecidos onde têm origem: os schwannomas têm a sua origem nas células de Schwann que revestem os nervos; os ependimomas, em células que cobrem a superfície interna do cérebro; os meningiomas, nas meninges, ou seja, no tecido que cobre a superfície externa do cérebro; os adenomas, nas células glandulares; os osteomas, nas estruturas ósseas do crânio, e os hemangioblastomas, nos vasos sanguíneos. Alguns tumores cerebrais benignos (como os craniofaringiomas, os cordomas, os germinomas, os teratomas, os quistos dermóides e os angiomas) podem estar presentes já no momento de nascer.

Os meningiomas são habitualmente benignos, mas podem reaparecer depois de serem extirpados. Estes tumores são mais frequentes nas mulheres, aparecendo normalmente entre os 40 e os 60 anos, mas podem começar a desenvolver-se na infância ou inclusive mais tarde. Os sintomas e os perigos inerentes a estes tumores dependem do seu tamanho e da rapidez do seu crescimento, assim como da sua localização no cérebro. Se crescerem demasiado, podem causar uma deterioração mental semelhante à demência.

Os tumores cerebrais malignos mais frequentes são as metástases de um tumor que teve a sua origem em outra parte do corpo. O tumor da mama ou do pulmão, o melanoma maligno e o tumor de células sanguíneas como a leucemia e o linfoma podem propagar-se ao cérebro. As metástases podem desenvolver-se numa única área do cérebro ou em várias.

Os tumores cerebrais primários originam-se no cérebro. Quase sempre, os tumores primários são gliomas, que crescem a partir dos tecidos que rodeiam e suportam as células nervosas. Vários tipos de glioma são malignos; o glioblastoma multiforme é o tipo mais frequente. Outros tipos de tumores primários são o astrocitoma anaplásico de crescimento rápido, o astrocitoma de crescimento lento e os oligodendrogliomas. Os meduloblastomas, que são pouco frequentes, aparecem habitualmente em crianças antes da puberdade. Os sarcomas e os adenocarcinomas são tumores pouco frequentes que se desenvolvem a partir de estruturas não nervosas.

Os tumores do cérebro ocorrem com igual frequência no homem e na mulher, mas alguns tipos são mais frequentes nos homens e outros mais frequentes na mulher. Por razões desconhecidas, o linfoma do cérebro aparece cada vez com maior freqüência, especialmente em pessoas que sofrem de SIDA.

 

SINTOMAS:

 

Os sintomas aparecem quando o tecido cerebral é destruído ou quando a pressão no cérebro aumenta; tais circunstâncias podem ocorrer quer o tumor cerebral seja benigno, quer seja maligno. No entanto, quando o tumor cerebral é uma metástase proveniente de um tumor distante, o doente pode também ter sintomas relacionados com esse tumor. Por exemplo, o cancer do pulmão pode causar tosse com muco sanguinolento ou o cancer da mama pode produzir um nódulo na mama.

Os sintomas de um tumor cerebral dependem do seu tamanho, do seu crescimento e da sua localização. Os tumores em certas partes do cérebro podem alcançar um tamanho considerável antes de os sintomas se manifestarem; em contra partida, em outras partes do cérebro, mesmo um tumor pequeno pode ter efeitos devastadores.

A dor de cabeça é normalmente o primeiro sintoma, embora a maioria das dores de cabeça se deva a causas diferentes de um tumor cerebral. Uma dor de cabeça devida a um tumor cerebral reaparece geralmente com freqüência ou é permanente; é muitas vezes intensa; pode aparecer em pessoas que nunca sofreram dores de cabeça; acontece de noite e já está presente ao acordar.

Outros sintomas precoces e freqüentes de um tumor cerebral consistem na falta de equilíbrio e de coordenação, enjôo e visão dupla. Em fases mais avançadas podem aparecer náuseas e vômitos, febre intermitente, um pulso e uma freqüência respiratória anormalmente rápidos ou anormalmente lentos. Pouco antes de falecer podem ocorrer grandes flutuações da pressão arterial.

Alguns tumores do cérebro causam convulsões. Estas, no caso de tumores cerebrais benignos, de meningiomas e de cânceres de evolução lenta, como os astrocitomas, são mais freqüentes do que nos tumores de evolução rápida, como o glioblastoma multiforme. Um tumor pode ser a causa de um braço, uma perna ou um lado do corpo se tornar fraco ou de paralisar; pode afetar a capacidade de sentir calor, frio, pressão, um contacto ligeiro ou uma picada de um objeto pontiagudo.

Os tumores podem também afetar a vista e o sentido do olfato. A pressão no cérebro pode causar alterações na personalidade e pode fazer com que a pessoa sinta sonolência, confusão e incapacidade de pensar. Estes sintomas são muito graves e requerem atenção médica imediata.

 

DIAGNÓSTICO

 

O médico suspeita da presença de um tumor cerebral quando uma pessoa apresenta alguns dos sintomas característicos. Apesar de muitas vezes se poder detectar uma função anormal do cérebro no decurso de um exame físico, para estabelecer o diagnóstico devem utilizar-se outros procedimentos.

Uma simples radiografia do crânio e do cérebro é de pouca utilidade no diagnóstico de tumores cerebrais (salvo em raros casos de um meningioma ou de um adenoma da hipófise). Todos os tipos de tumores do cérebro são visíveis numa tomografia axial computadorizada (TC) ou numa ressonância magnética (RMN), as quais podem medir com precisão o tamanho e a localização do tumor. Quando um tumor cerebral aparece numa TC ou numa RMN, efetuam-se exames complementares para determinar o seu tipo exato.

Os tumores da hipófise descobrem-se geralmente quando eles comprimem os nervos da visão ao ponto de chegar a afetá-la. As análises ao sangue mostram valores anormais das hormônios hipofisários e o tumor pode habitualmente ser diagnosticado com uma TC ou uma RMN.

Alguns tipos de tumores podem também produzir valores anormais de hormônios no sangue, embora a maioria não o faça. Deve fazer-se uma biopsia do tumor (obtenção de uma amostra para o seu exame ao microscópio) para determinar o seu tipo e se é maligno.

Algumas vezes, o exame ao microscópio do líquido cefalorraquidiano obtido por uma punção lombar (inserção de uma agulha na coluna lombar para extrair uma amostra do líquido da medula) mostra células cancerosas. A punção lombar não deve fazer-se se existe evidência de um aumento de pressão dentro do crânio, porque uma mudança súbita dessa pressão pode causar uma hérnia, que é uma das complicações mais perigosas de um tumor cerebral.

Ao produzir-se a herniação, o aumento da pressão intracraniana empurra o tecido cerebral para baixo através da estreita abertura na base do crânio, comprimindo assim a parte mais inferior do cérebro (tronco cerebral). Como resultado, desestabilizam-se as funções essenciais controladas pelo tronco cerebral, como a respiração, o ritmo cardíaco e a pressão arterial. Sem um diagnóstico e tratamento rápidos, a herniação pode causar um estado de coma e a morte.

Durante a intervenção cirúrgica pode, habitualmente, praticar-se uma biopsia, extirpar o tumor ou parte do mesmo. Em alguns casos não se pode aceder de forma segura ou direta a tumores que se encontram em partes profundas do cérebro. Nestes casos, pode praticar-se uma biopsia com uma agulha guiada por uma técnica de orientação tridimensional; trata-se de uma técnica por meio da qual a agulha é guiada por um dispositivo de imagem para o tumor, do qual se extraem células por aspiração.

Qual médico procurar?

Procure um neurocirurgião para uma avaliação imediata se você teve ataques epiléticos inéditos, dores de cabeça recentes e severas, sonolência inexplicada, mudanças súbitas na visão ou dificuldade para falar ou para movimentar. Além disso, se você começou a sentir uma fraqueza súbita, ou mudanças na memória ou na personalidade, você deve procurar o médico imediatamente.

 

TRATAMENTO

 

O tratamento de um tumor cerebral depende do tipo e da localização do mesmo. Quando é possível, o tumor é extirpado cirurgicamente. Muitos tumores cerebrais podem extirpar-se provocando pouco dano ao cérebro ou mesmo nenhum. No entanto, alguns crescem em locais onde é muito difícil ou impossível o acesso sem correr o risco de destruir estruturas vitais.

A cirurgia causa por vezes lesões cerebrais que podem implicar uma paralisia parcial, alterações nos sentidos, debilidade e deficiência intelectual. No entanto, a extirpação de um tumor é necessária se o seu crescimento afetar estruturas cerebrais importantes. Mesmo em casos em que a extirpação não pode curar o cancer, a cirurgia pode ser útil para reduzir o tamanho do tumor, aliviar os sintomas e permitir ao médico determinar com exatidão de que tipo de tumor se trata e se outro tipo de tratamento poderia ser adequado.

Alguns tumores benignos devem ser extirpados, dado que o seu crescimento progressivo em locais com um espaço limitado pode causar lesões graves e inclusive a morte. Sempre que for possível, devem retirar os meningiomas e isso pode habitualmente fazer-se de maneira total e segura.

No entanto, os meningiomas muito pequenos e os que se desenvolvem nas pessoas mais velhas não devem extirpar-se. Geralmente, os tumores benignos, como os schwannomas e os ependimomas, podem tratar-se de maneira semelhante. Em alguns casos depois da extirpação aplica-se radioterapia para destruir qualquer célula que tenha ficado.

Muitos tumores cerebrais, e em especial os malignos, são tratados com uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Depois de se ter extirpado a maior quantidade possível de tumor, inicia-se a radioterapia. Esta não cura habitualmente o tumor cerebral, mas pode reduzi-lo suficientemente para o manter sob controle durante muitos meses e mesmo anos.

A quimioterapia é utilizada para tratar certos tipos de tumores cerebral. Os tumores cerebrais, metastáticos ou primários, podem responder à quimioterapia.

Um aumento de pressão sobre o cérebro é muito grave e requer atenção médica imediata. Habitualmente, administram-se fármacos como o manitol e os corticosteróides por via venosa para reduzir a pressão e prevenir a herniação. Por vezes, coloca-se um pequeno cateter dentro do crânio para medir a pressão cerebral, com o objetivo de que o tratamento possa ser adaptado às circunstâncias.

A abordagem terapêutica das metástases cerebrais depende em grande medida da zona onde teve origem o câncer. Muitas vezes, realiza-se a radioterapia nos tumores cancerosos do cérebro. A extirpação cirúrgica pode ser útil se houver apenas uma metástase. Para além dos tratamentos habituais, existem outros experimentais que implicam o uso de quimioterapia, a colocação de implantes radioativo dentro do tumor e também a radiocirurgia.

 

PROGNÓSTICO

 

A descoberta e o início do tratamento precoces são a melhor chance de recuperação dos tumores cerebrais cancerosos e benígnos. O prognóstico também depende do tipo de tumor, de seu tamanho, do local onde ele se encontra, da idade da pessoa, da extensão da cirurgia, e do quanto o tumor afetou as capacidades da pessoa. Em geral, tumores de baixo grau têm um prognóstico melhor. Os meningiomas também tendem a ter um prognóstico bom porque normalmente não são cancerosos e podem ser removidos mais facilmente. Os astrocitomas de alto-grau e os glioblastomas multiformes tendem a ter uma perspectiva ruim, mas há exceções.

A vertigem consiste numa falsa sensação de movimento ou de rotação ou na impressão de que os objetos se movem ou giram, e esta situação acompanha-se, habitualmente, de náuseas e de perda do equilíbrio.

Alguns utilizam a palavra tontura para descrever uma dor de cabeça moderada, ou então qualquer sensação vaga e esporádica de desmaio, ou inclusive de falta de forças. No entanto, só a tontura verdadeira, que os médicos denominam de vertigem, provoca uma sensação de movimento ou de rotação. Pode ser momentânea ou durar horas ou inclusive dias.

A pessoa com vertigem costuma sentir-se melhor se deitar-se e permanecer imóvel, no entanto, a vertigem pode continuar mesmo quando se está totalmente parado.

 

O QUE CAUSA A VERTIGEM?

 

O corpo apercebe-se do sentido da posição e controla o equilíbrio através dos órgãos do equilíbrio (situados no ouvido interno). Estes órgãos têm conexões nervosas com áreas específicas do cérebro.

A causa da vertigem pode ser conseqüência de anomalias no ouvido, na ligação nervosa do ouvido ao cérebro ou no próprio cérebro. Pode também estar associada a problemas visuais ou mudanças repentinas na pressão arterial.

São muitas as perturbações que costumam afetar o ouvido interno e causar vertigem. Pode tratar-se de perturbações produzidas por infecções virais ou bacterianas, tumores, pressão arterial anormal, inflamação dos nervos ou substâncias tóxicas.

A tontura (ou enjôo) desencadeada pelo movimento é uma das causas mais freqüentes de vertigem, podendo desenvolver-se em pessoas cujo ouvido interno seja sensível a certos movimentos, como os de vaivém, de paragem e de arranque bruscos. Estas pessoas podem sentir-se especialmente enjoadas ao viajar de carro ou de barco.

A doença de Ménière produz crises de vertigem repentinas e episódicas, associadas a zumbidos nos ouvidos (tinnitus) e surdez progressiva. É habitual que os episódios tenham uma duração de vários minutos a várias horas e que muitas vezes sejam acompanhados de náuseas e de vômitos intensos.

As infecções virais que afetam o ouvido interno (labirintite) podem provocar vertigens que habitualmente iniciam de repente e pioram no decurso de várias horas. A doença desaparece sem tratamento ao fim de alguns dias.

O ouvido interno está em comunicação com o cérebro por meio de nervos e o controle do equilíbrio está localizado na parte posterior do cérebro. Quando o fluxo sanguíneo desta zona do cérebro é inadequado (doença conhecida como insuficiência vertebrobasilar), a pessoa pode manifestar vários sintomas neurológicos, entre eles a vertigem.

Habitualmente, quando há cefaléias, linguagem ininteligível, visão dupla, debilidade numa das extremidades e movimentos descoordenados, estes costumam ser sintomas de que a vertigem pode ser provocada por uma perturbação neurológica do cérebro, mais do que por um problema limitado ao ouvido. Estas perturbações cerebrais podem ser a esclerose múltipla, fraturas do crânio, convulsões, infecções e tumores (especialmente os que crescem na base do cérebro ou próximo deste).

Dado que a capacidade do corpo para manter o equilíbrio está relacionada com a informação visual, pode verificar-se uma perda de equilíbrio por causa de uma visão deficiente, especialmente no caso de visão dupla.

As pessoas idosas ou as que tomam medicamentos para controlar uma doença cardíaca ou uma hipertensão podem sentir tonturas ou desmaiar quando se põem de pé bruscamente. Este tipo de tonturas é conseqüência de uma breve baixa de tensão arterial (hipotensão ortostática) , cuja duração é momentânea e por vezes se pode evitar levantando-se lentamente ou usando meias de compressão.

 

DIAGNÓSTICO

 

Antes de estabelecer o tratamento para a tontura, o médico deverá determinar a sua natureza e a seguir a sua causa. Qual é o problema? Trata-se de uma marcha descoordenada, uma sensação de desmaio ou de vertigem ou deve-se a outra coisa? Está a causa no ouvido interno ou em outra zona?

Para determinar a natureza do problema será útil conhecer os detalhes sobre do início da tontura, quanto tempo durou, o que a desencadeou ou o que causou alívio e que outros sintomas a acompanharam (dor de cabeça, surdez, ruídos no ouvido ou falta de forças).

Geralmente, os casos de tonturas não são uma vertigem nem constituem um sintoma grave. A mobilidade ocular do paciente pode fornecer dados importantes ao médico porque os movimentos anormais dos olhos costumam indicar uma possível disfunção do ouvido interno ou das ligações nervosas entre este e o cérebro.

O nistagmo é um movimento rápido dos olhos, como se a pessoa estivesse a olhar os ressaltos rápidos de uma bola de pingue-pongue, da esquerda para a direita ou então de cima para baixo. Dado que a direção destes movimentos pode contribuir para o diagnóstico, o médico tentará estimular o nistagmo mediante um movimento brusco da cabeça do doente ou instilando umas gotas de água fria no canal auditivo.

O equilíbrio pode verificar-se solicitando à pessoa que fique imóvel e que, depois, comece a andar sobre uma linha reta, primeiro com os olhos abertos e a seguir fechando-os.

Alguns exames de laboratório podem contribuir para determinar a causa da tontura e da vertigem. Os exames de audição revelam muitas vezes doenças do ouvido que afetam tanto o equilíbrio como a audição.

Outros exames complementares podem consistir em estudos radiológicos e numa tomografia computadorizada (TC) ou numa ressonância magnética (RMN) da cabeça. Tais exames podem mostrar anomalias ósseas ou tumores nos nervos.

No caso de suspeitar de uma infecção, o médico pode extrair uma amostra de líquido do ouvido, de um seio ou então da medula espinhal através de uma punção lombar. Se o médico suspeitar de uma insuficiência na irrigação sanguínea do cérebro, pode solicitar uma angiografia.

 

TRATAMENTO

 

O tratamento depende da causa subjacente à vertigem. Há vários medicamentos que podem aliviar os sintomas de vertigem, associado a controle da pressão arterial, mudança no estilo de vida, fisioterapia entre outros. Os tratamentos cirúrgicos são raros e normalmente empregados nos casos de tumores.